Em 2024, Mato Grosso do Sul registrou 421 homicídios dolosos, uma redução de 7,06% em relação ao ano anterior, quando houve 453 casos. A taxa estadual foi de 14,01 mortes por 100 mil habitantes — abaixo da média nacional, de 16,64. Apesar da queda, no Estado os feminicídios aumentaram 16,67%, ando de 30 para 35 casos.
Com isso, MS atingiu a segunda maior taxa do País: 2,39 feminicídios por 100 mil mulheres, mais que o dobro da média nacional (1,34). A região Centro-Oeste apresentou a maior taxa regional, com 1,87 casos por 100 mil mulheres.
“A maioria absoluta das vítimas de homicídio no estado continua sendo homens (356), evidenciando o recorte de gênero da violência letal, mas os dados reforçam a necessidade de políticas públicas específicas para a proteção das mulheres”, diz a publicação.
Mato Grosso do Sul também aparece entre os estados com maior número absoluto e taxa proporcional de estupros. Em 2024, foram 2.715 casos registrados, sendo 1.968 vítimas mulheres e 259 homens. A taxa estadual foi de 81,46 casos por 100 mil habitantes, a quarta maior do país e mais que o dobro da média nacional (39,10). Ainda assim, houve uma queda de 14,98% em relação ao ano anterior.
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Nos homicídios dolosos, quando há intenção, MS mantém uma posição intermediária no ranking nacional. São Paulo (5,17), Santa Catarina (6,20) e o Distrito Federal (6,81) tiveram as menores taxas proporcionais do País, enquanto Ceará (34,42), Pernambuco (33,55) e Alagoas (30,96) registraram os maiores índices.
Entre as vítimas de homicídio em território sul-mato-grossense, 356 eram homens, 57 mulheres e oito pessoas sem identificação de sexo. O Estado também registrou 696 tentativas de homicídio ao longo do ano.
Outro dado alarmante é o crescimento dos latrocínios (roubos seguidos de morte). Em 2024, Mato Grosso do Sul registrou 22 casos, um aumento de 266,67% em relação aos 6 casos do ano anterior, o maior crescimento percentual entre todos os estados. No Brasil, foram 956 latrocínios, o que representa uma média de três casos por dia e uma leve queda de 1,65% em relação a 2023.
O Estado também liderou o ranking nacional de mortes sem indícios de crime e sem esclarecimento: foram 798 registros, o que equivale a 27,5 por 100 mil habitantes, a maior taxa brasileira.
Já em relação aos desaparecimentos, Mato Grosso do Sul teve 391 casos em 2024, o segundo menor número proporcional do Brasil. São Paulo liderou com 19.966 desaparecidos, e o Acre teve o menor número absoluto (376).
Outros indicadores – O número de suicídios cresceu 67,84% em MS, ando de 171 para 287 casos. A taxa foi de 9,89 por 100 mil habitantes, a sétima maior do país. Nacionalmente, os maiores números absolutos foram registrados em São Paulo (2.921), Minas Gerais (2.006) e Rio Grande do Sul (1.506), com taxas que variam entre 6,35 e 13,41.
Em 2024, o Brasil contabilizou 6.134 mortes por intervenção de agentes de Estado. Na contramão de estados como Bahia (1.557) e São Paulo (813), Mato Grosso do Sul não registrou nenhuma morte causada por agentes públicos, mantendo o mesmo resultado de 2023. No entanto, quatro suicídios de agentes foram registrados no Estado no mesmo período.
Por fim, MS teve 347 mortes no trânsito, 2.728 furtos de veículos e 315 roubos de veículos — o que representa a segunda menor taxa do País (16,01 por 100 mil habitantes), atrás apenas de Goiás (14,29). Não houve registros de roubos de carga nem a instituições financeiras em 2024. Já o número de pessoas desaparecidas foi baixo, com 391 registros.
Tráfico de drogas e apreensões – O Mato Grosso do Sul foi responsável por 92,93% das apreensões da região Centro-Oeste e 41,04% do total nacional, consolidando-se como o principal ponto de apreensão no País. Foram 579.419 quilos de maconha apreendidas, maior quantia das unidades federativas. O segundo foi o Paraná (482.868) e São Paulo (147.868).
Matéria: Campo Grande News