De janeiro a maio de 2025, o TEM (Ministério do Trabalho e Emprego), por meio da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego em Mato Grosso do Sul, resgatou 103 crianças e adolescentes que atuavam em atividades incluídas na Lista TIP (Piores Formas de Trabalho Infantil).
As ações ocorreram em Campo Grande, Corumbá, Chapadão do Sul e Mundo Novo, onde foram encontrados menores entre 11 e 17 anos trabalhando em oficinas mecânicas, borracharias, bares, lava-jatos, clínicas veterinárias, indústrias de confecção, supermercados, laboratórios industriais, farmácias e propriedades rurais, entre outros estabelecimentos que constam na Lista TIP.
Somente em maio, 47 crianças e adolescentes foram flagrados em situação irregular, exercendo funções como auxiliares de mecânico, trabalhadores rurais, controladores de pragas, recreadores, auxiliares de cozinha, garçons e banhistas de animais. Segundo a Superintendência, essas atividades oferecem riscos à saúde, segurança e moralidade, sendo, por isso, proibidas para menores de 18 anos.
“Encontramos adolescentes trabalhando abaixo da idade mínima em condições de extremo risco, como dentro de estufas de pintura automotiva, expostos à poeira e produtos tóxicos. São situações que podem comprometer permanentemente a saúde e o desenvolvimento dessas crianças”, alerta Maristela Borges de Souza Saravi, coordenadora regional da Fiscalização do Trabalho Infantil.
No ano ado, foram identificadas 263 crianças e adolescentes em situação de trabalho ilegal no Estado. Em 2023, o número foi ainda maior: 376. A Superintendência explica que a maior parte das ocorrências chega por meio de denúncias anônimas ou a partir do cruzamento de dados do eSocial, sistema que ajuda a detectar irregularidades trabalhistas.
As fiscalizações são intensificadas durante o mês de junho, em referência ao Dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil, celebrado nesta quinta-feira (12). Segundo o superintendente regional do Trabalho e Emprego em MS, Alexandre Cantero, “nenhuma criança deveria estar trabalhando, muito menos em funções que colocam sua saúde ou integridade em risco”.
Cantero reforça a importância do envolvimento não só do poder público, mas também das famílias, escolas, empresas e da sociedade como um todo no combate ao trabalho infantil. Denúncias podem ser feitas de forma anônima pelo Sistema Ipê Trabalho Infantil.
Matéria: Campo Grande News